Um dois
Feijão com arroz
Três,quatro
Feijão no prato
Cinco,seis
Bolo inglês
Sete,oito
Café com biscoito
Nove,dez
Burro que tu és.
* Um pouco de cultura não faz mau a ninguém!
PARLENDAS
São versos de cinco ou seis sílabas, recitados para entreter, alcamar e divertir crianças, escolher quem deve iniciar um jogo ou os que devem tomar parte numa brincadeira.
São sempre rimas ou ditos educativos ou satíricos e não têm música.
Em Portugal, as parlendas são chamadas de cantilenas ou lenga-lengas. Foram introduzidas no Brasil pelos portugueses, adquirindo no país roupas e cores novas, mais de acordo com o caráter nacional.
As parlendas diferem dos acalantos, que são cantigas para fazer criança dormir; dos jogos, onde há sempre disputa e competição; das canções de roda; das advinhações ou advinhas (perguntas enigmáticas) ou supertições.
Os brincos são as parlendas mais fáceis, ditas e recitadas pelos pais ou babás para entreter ou aquietar as crianças:
Marra-marra
Carneirinho
Marra-marra carneirinho
Palminha, palminha
Palminha de Guiné
Dedo mindinho Pra quando papai vier
Seu vizinho Mamãe dá lá papinha
Maior de todos Vovó da lá cipó
Fura-bolos Na bundinha do neném
Cata-piolhos
Segundo Luis da Câmara Cascudo, quando as parlendas se destinam a fixar ou ensinar algo às crianças (números ou idéias) são chamadas de mnemonias:
Um, dois, feijão com arroz
Três, quatro, feijão no prato
Cinco, seis, feijão pra nós três
Sete oito, feijão com biscoito
Nove, dez, feijão com pastéis
ou a versão
Um, dois, feijaõ com arroz,
Três, quatro, feijão no prato
Cinco, seis, cala a boca Português
Sete, oito vá comer biscoito
Nove, dez vá lavar os pés
Na cachoeira nº10
Pra ganhar 500 réis
Outra parlenda muito conhecida para ensinar a contar:
Una, duna, trina, catena
Bico de ema
Solá, soladá
Gurupi, gurupá
Conte bem que são dez!
Na literatura oral a parlenda é um dos primeiros entendimentos da criança, permanecendo gravada na memória do adulto.
Há parlendas que são de iniciativa da própria criança, utilizadas nas suas brincadeiras. Algumas das mais conhecidas:
Rei,
Soldado,
Capitão, (contando os botões do casaco para ver com quem
Ladrão. vai casar)
ou a versão
Casa
Não casa,
Casa,
Não casa....
Bem me quer,
Mal me quer, (desfolhando uma flor e pensando em alguém)
Bem me quer,
Mal me quer....
Muito conhecidas também são as parlendas para pegar os tolos em armadilhas: pede-se para que a pessoa repita uma determinada expressão depois da última palavra dita, por exemplo “de sete facadas”.
Eu ia por um caminho...
§ Caminho de sete facadas...
§ Encontrei um vaca...
§ Vaca de sete facadas...
§ Encontrei uma casa...
§ Casa de sete facadas...
§ Encontrei um morro...
§ Morro de sete facadas!
Outro tipo de parlenda interessante no folclore brasileiro é a trava-línguas, que consiste num texto rimado ou não que é dificil de dizer:
Se o Papa papasse papa/ Se o Papa papasse pão/ O Papa tudo papava/ Seria o Papa papãoAranha arranha a jarra/ a jarra arranha a aranha.
Os ex-libris infantis também são uma outra forma de parlenda muito utilizada pelos estudantes para tentar evitar o ladrão de livros. Escreviam na ante-capa:
Quem pegar neste livro.
Não causa admiração;
Mas quem com ele ficar,
Não passa de um ladrão.
A tradição oral das parlendas é transmitida de geração em geração, com variantes regionais. Infelizmente, hoje essa rica manifestação popular só sobrevive em algumas regiões rurais brasileiras e em alguns trabalhos de folcloristas que as catalogaram.
FONTES CONSULTADAS:
CÂMARA CASCUDO, Luís da. Dicionário do folclore brasileiro. 3.ed. rev. e aum. Brasília, DF: INL, 1972. 2v.
MELO, Veríssimo de. Folclore infantil. Rio de Janeiro: Cátedra; Brasília, DF: INL, 1981.
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